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REFLEXÃO: O EFEITO DOLOROSO DO PECADO

Postado Dia março 3rd, 2018

Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam. Gênesis 2:25.

Quando Deus criou o homem, o criou perfeito, conforme sua imagem e semelhança. Esta é a descrição contida no Gênesis. Deus abençoou Adão e o colocou no jardim do Éden para cultivá-lo e tomar conta dele. E o Senhor deu uma ordem para que não comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, advertindo-o que, caso comesse, morreria. O que Deus estava requerendo do homem era sua obediência. Até então, não havia caos, nem pecado. Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam. Gênesis 2:25.

Esta era a condição de Adão e Eva, antes da queda. Não tinham do que se envergonhar. Não percebiam a ausência de roupas ou mesmo a necessidade delas, porque a nudez não era algo que devesse ser ocultado. Na verdade, a nudez não era considerada nudez. Fazia parte da própria beleza da criação. Adão e Eva não estavam cegos, mas os olhos de suas mentes eram estranhos à indecência.

Mas, ao invés de dar ouvidos ao Senhor, Eva preferiu dar ouvidos à mentira de Satanás. Ele encorajou Eva a desobedecer a Deus e a comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, alegando que ela não morreria, ou seja, o contrário do que Deus dissera. A mentira mais perigosa é aquela que contém alguma verdade. Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. Gênesis 3:4/5.

A primeira mentira: que não morreriam. A segunda mentira: que seriam como Deus. A meia verdade: que seriam conhecedores do bem e do mal. Quando Adão e Eva pecaram, vieram a conhecer o bem e o mal. Mas eles vieram a conhecê-lo não do ponto de vista de Deus, que ama o bem e odeia o mal. Antes, conheceram como criaturas caídas, que odeiam o bem e amam o mal. E isto faz toda a diferença.

Os efeitos da transgressão de Adão e Eva, isto é, os efeitos do pecado foram três: a culpa, a vergonha e o medo. A tentativa mais comum de se livrar da culpa é negando-a, transferindo para outra pessoa. Quando Deus perguntou a Adão quem o fizera saber que estava nu, ele respondeu: Foi a mulher que me deste! Ela me ofereceu do fruto, e eu comi. Gênesis 3:12. Quando Deus perguntou à mulher o que ela fizera, ela respondeu: a serpente me enganou, e eu comi. Adão culpou o próprio Deus, indiretamente. E Eva, a serpente. Ou seja, nenhum dos dois assumiu qualquer responsabilidade pelo que haviam feito. Hoje em dia, culpamos o cônjuge, os pais, os filhos, a sociedade, a escola, o patrão, o empregado, as autoridades, a igreja, o pastor, etc. E, para piorar, não satisfeitos, temos ido mais longe e negamos o próprio erro.

O segundo efeito doloroso do conhecimento do bem e do mal é a vergonha. E a tentativa de se escapar da vergonha é a ocultação. Não havia vergonha antes da queda. Mas, agora, a nudez de ambos passou a incomodá-los e a perturbá-los. Não podiam mais ficar na presença de Deus naquela situação de exposição, nem tampouco nus um diante do outro. A prova dessa aguda sensação de vergonha foi sua tentativa de se cobrir. Trataram, então, de encontrar uma solução rápida para o pecado deles. Imediatamente, coseram folhas de figueira e fizeram roupas para si, a fim de ocultar a nudez. O pecado foi tão desastroso para Adão e Eva que, muito embora tivessem percebido sua nudez, ficaram mais preocupados com ela do que com o fato de terem desobedecido a Deus.

Quando as pessoas são indiciadas por suas consciências, em relação ao pecado, a tendência natural é a de fazerem expiação por seus pecados. E também de se preocuparem mais com a exposição pública, do que por qualquer consciência do pecado e como ele afeta nosso relacionamento com Deus. É o caso, por exemplo, do político corrupto que faz doações para entidades assistenciais com parte do dinheiro desviado; ou mesmo do religioso, que busca em ações externas a justificação para seu comportamento ímpio. Todavia, as nossas obras não eliminam nossos pecados perante Deus.

O terceiro efeito doloroso do conhecimento do bem e do mal é o medo. E a tentativa de escapar do medo é a fuga. Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim. Gênesis 3:8. Adão e Eva deveriam ter corrido para Deus e não de Deus, pois Ele não mudou, Ele não os prejudicou, nem fez nada de errado. Paulo diz em Romanos 3:11, que não há quem busque a Deus. E não há, porque as pessoas não querem encontrá-Lo. Ficam escondidas no meio das árvores do jardim, no meio de arbustos intelectuais e psicológicos. Quando as pessoas não querem encontrar Deus, dão inúmeras desculpas, como falta de tempo, excesso de trabalho, hipocrisia dos crentes, pregação inadequada, etc. As pessoas não toleram o olhar de Deus, através da Bíblia, e é por isso que fogem dEle. John Wesley disse bem: A Bíblia irá evitá-lo do pecado, ou o pecado o impedirá da Bíblia.

Ninguém está completamente aberto em um relacionamento. Em algumas boas relações, chegamos perto. Mas ainda assim, há um resíduo de nós mesmos onde ficamos escondidos mesmo de um cônjuge ou amigo muito próximo. Por quê? Porque nos envergonhamos de nós mesmos e tememos que, se revelarmos a culpa, o outro deixará de nos amar ou nos respeitar. É o medo de Adão e Eva.

E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi. Gênesis 3:9/10. Isto é, Adão teve medo porque estava nu. Ele não disse: “tive medo porque sou culpado”. É impossível ser libertado da perturbação de uma consciência culpada em relação ao pecado, enquanto estivermos disfarçando e encobrindo o nosso pecado. Assim como uma ferida não pode ser curada, enquanto o pus escondido no seu interior não for expelido, a mente de um pecador não pode ficar tranquila e em paz, a menos que a culpa que o aflige seja removida por uma confissão completa de pecado. Wolfgang Musculus (teólogo reformado).

Apesar da tremenda tragédia que o pecado trouxe às vidas de Adão e Eva, com consequências desastrosas e malditas para ambos, o próprio Deus não desistiu do primeiro casal e assim procedeu: Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu. Gênesis 3:21. Este fato demonstra o agir gracioso de Deus em direção a quem nada merece. E também mostra claramente que as coberturas que somos capazes de fazer para nós mesmos são sempre inadequadas e inúteis.

A cobertura mais comum é a moralidade. Muitas pessoas chegam a Deus como aquele homem descrito por Paulo no início do capítulo 2 de Romanos. Trata-se daquela pessoa que prontamente concorda com a descrição que Paulo fizera na parte final do capítulo 1, ou seja, concorda que a humanidade está realmente corrompida e perdida. Mas ele mesmo, este homem mencionado por Paulo, exclui-se desta descrição, afirmando que suas boas obras o tornam aceito por Deus. Do ponto de vista humano, as boas obras podem até ter algum valor, mas, em relação a Deus, não resolvem o problema do pecado, sendo insuficientes para nos tornar aceitos por Deus. São apenas folhas de figueira.

Outra cobertura comum é a religiosidade. A religião, descrita por Paulo em Romanos, capítulo 2, versos 17 a 29, também nada pode fazer para nos colocar numa posição aceitável diante de Deus. A religião nada mais é do que folhas de figueira. Pois ser judeu exteriormente ou ser circuncidado não torna ninguém judeu de fato. Judeu verdadeiro é quem o é no íntimo, e circuncisão verdadeira é a do coração, feita pelo Espírito, e não pela letra da lei, recebendo assim a aprovação de Deus, e não das pessoas. Romanos 2:28/29.

O fato de Deus ter vestido Adão e Eva com peles significa que animais foram sacrificados. Um animal inocente morreu por um indivíduo pecador. Na Páscoa, vemos um animal sendo morto por uma família judaica, a fim de que o primogênito não fosse morto pelo anjo da morte. Mais tarde, vemos o sacerdote aspergindo sangue de um animal sobre a tampa do propiciatório, em favor dos pecados de uma nação inteira. Por fim, João Batista, vendo Jesus, disse: No dia seguinte, João viu Jesus caminhando em sua direção e disse: “Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! João 1:29. Um substituto para um indivíduo, um substituto para uma família, um substituto para uma nação e um substituto para o mundo. A morte de animais estava apontando para a morte de Cristo. Apenas a morte de Cristo pode fazer verdadeira expiação por nossos pecados.

A maioria das pessoas vão a Deus com folhas de figueira, buscando o reconhecimento de suas obras. As folhas de figueira podem até ser bonitas, mas Deus não se agrada delas, pois não há morte. Por isto, são inúteis. Como você tem se apresentado diante de Deus? Com folhas de figueira ou peles de animais? Deus apresentou Jesus como sacrifício pelo pecado, com o sangue que ele derramou, mostrando assim sua justiça em favor dos que creem. No passado ele se conteve e não castigou os pecados antes cometidos, pois planejava revelar sua justiça no tempo presente. Com isso, Deus se mostrou justo, condenando o pecado, e justificador, declarando justo o pecador que crê em Jesus. (NVT). Romanos 3:25/26.

Fernando Eduardo Prison

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