Cerca de quatrocentos camponeses integrantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) de diversos municípios do Vale do Jamari realizaram na manhã desta quarta-feira (24), uma manifestação de protesto durante uma marcha pelas ruas de Ariquemes (RO), cidade localizada a 202 quilômetros de Porto Velho. Segundo os organizadores, o movimento camponês atualmente está sendo retirados de áreas utilizadas para a agricultura ocupadas há vários anos e reivindicaram pelo direito a terra.
Com diversas faixas os manifestantes percorreram as avenidas Capitão Sílvio, Jamari e Tancredo Neves, encerrando o trajeto em frente ao Fórum do município. Entre as várias reivindicações dos participantes do ato, a principal é a permanência dos camponeses nas áreas de conflito.
“Vivemos há cinco anos no assentamento e com diversas produções sendo cultivadas e agora estamos sendo despejados. Muita gente que se intitula proprietário, não possui os documentos de propriedade e estão querendo nos expulsar do local. Creio que não é o certo, pois estamos lá para trabalhar”, relatou o agricultor Edson Lima.
De acordo com o membro do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo), José Sales Pimenta, o movimento camponês tem sido acusado pela segurança pública de ser constituído de criminosos.
Ele rebate a acusação, afirmando que os responsáveis pelos crimes na localidade são os pistoleiros do latifúndio. “Esta manifestação é para exigir a suspensão das reintegrações de posse que estão ocorrendo em áreas que já são dos camponeses há muitos anos e para apoiar o direito a terra”, enfatizou.
Segundo ele, existe áreas no estado que eram para ser distribuídas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) ao movimento camponês e foram ocupadas pelo latifúndio. “Estas terras são legalmente de reforma agrária e agora com essas ocupações, ocorrem dentro destas áreas diversos crimes contra o camponês”, finalizou.
.
.FONTE:G1