Para vice-presidente, crise sanitária no Brasil não deve ser colocada nas costas de Bolsonaro
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, declarou em entrevista ao jornalista Roberto D’Avila da GloboNews, na noite da 3ª feira (22.jun.2021), que o maior erro do governo federal no combate à pandemia foi não ter feito “uma campanha de esclarecimento da população sobre a realidade da doença”.
“Vou dizer para ti qual é o nosso maior erro. Na minha visão, a questão de comunicação, desde o ano passado, de campanhas de esclarecimento da população. Eu acho que este foi o grande erro: [não ter feito] uma campanha de esclarecimento firme, como tivemos no passado, de outras vacinas. Então, uma campanha de esclarecimento da população sobre a realidade da doença, orientações o tempo todo para a população“, disse Mourão.
Na entrevista, Mourão também isentou o presidente Jair Bolsonaro da crise enfrentada pelo Brasil neste momento.
“Eu não coloco nas costas do presidente essas coisas que têm acontecido. Não é tudo nas costas dele. Cada um tem a sua parcela de erro nesse pacote todo aí. É um país desigual: desigual regionalmente e desigual socioeconomicamente. É um país continental. Então, a gente olha outro país que sofreu tanto quanto a gente ainda continua com gente falecendo por essa doença, que são os Estados Unidos“, opinou.
Bolsonaro é crítico das orientações de isolamento social e uso de máscara feitas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para controle da pandemia. O presidente também não é um incentivador da vacina e defende o uso precoce de medicamentos sem eficácia comprovada para combater a covid-19, como a hidroxicloroquina e a ivermectina.
Quando questionado sobre a atuação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, Mourão disse ele “deveria ter compreendido que estava em função política [quando se tornou ministro], já tinha atingindo o patamar mais elevado [nas Forças Armadas] e era hora de ir para a reserva“, apesar de reforçar o seu apreço pelo ex-ministro.
No último domingo (20.jun.2021), o Brasil ultrapassou a Índia na média diária de mortes por covid-19 e se tornou líder do ranking mundial. De acordo com dados do site Our World In Data, nesse dia, a média móvel brasileira era de 2.060, enquanto a indiana estava em 1.975.
O país asiático havia assumido a ponta do ranking em 26 de abril, depois de ultrapassar o Brasil, que esteve no topo desde 9 de março –data em que superou os Estados Unidos. O país norte-americano começou a registrar queda considerável de vítimas quando avançou com a vacinação. Para comparação, no mesmo domingo, a média móvel de óbitos nos Estados Unidos foi de 281.
Fonte: Poder 360